segunda-feira, 5 de novembro de 2007

fátuos fatos

me deu vontade de vale a pena ler de novo, porque comecei a pensar nisso de novo. ah, e claro, para fazer uma ode a quem anda desaparecido, timidinho; contudo, ainda navegador de nossos mares.



A literatura brasileira tem um peso considerável quando tento, em vão, eleger os meus escritores favoritos; entretanto, não posso deixar de confessar que tenho uma particular inclinação à literatura portuguesa. Gosto aos cântaros da maleabilidade do português de Portugal, por entender, que a linguagem daqueles mares e fados apresenta-se beeeeeem mais alongada do que a nossa. Isso não quer dizer que estejamos aquém do falar ou escrever lusitano. Não, não é isso. Acontece que as línguas são como seixos de um rio - quanto mais tempo transcorrido de seu uso no falar, mais alcance cognoscível de explicar um pensamento abstrato ter-se-á. Logo, é cabal, as pedras lingüísticas tomam formas assaz arredondadas quando a aguaceira passa por elas há mais tempo no tempo.



Gosto de todos os falares desse mundo,- das nações mais literárias do velho mundo às mais ágrafas da África. Porém, arrogo-me o direito de perceber que, quanto mais recente o estágio de formação de um idioma, mais abruptas lhe são as formas lingüísticas, o que, uma vez estando dentro do viés literário, estão próximas, pertinho, pertinho da oralidade. Ou seja, ler um livro assim, acaba causando a sensação de como estivéssemos ouvindo uma conversa.
Mas vejam bem, quero deixar bem claro: jamais querendo insinuar com isso que belas não o são essas letras, pois há interessantíssimas obras angolanas, Luuanda, de José Luandino, e moçambicana (essa é doidera pura), de Couto Mia, em O último vôo do Flamingo, que nas prateleiras estão para fazer jus às minhas palavras de agora. E, nossa! dá para aprender muita, mas muita coisa com esse estilo. Aliás, essas leituras são uma aula velada de encorajamento a perder o medo do fazer escrito "assim-ou-assado, professor?"
Ei-los à nossa espera, nas prateleiras de nosso trópico. Sim, ei-los, lolas e lolos ... ah, apenas para não ficar tolos.





Nenhum comentário: