quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Bons americanos...

Tava olhando o blog aqui e notei um espírito engajado em informar sobre as eleições americanas. Só não saquei bem o teor da intenção, se é meramente informativo, pelo fato dos EUA serem essa potência que são, exercendo influência em nossas vidas em todos os sentidos (principalmente sobre aqueles que oferecem resistência a todo e qualquer elemento da cultura ianque), ou se é por medo de alguma ameaça iminente desses "vilões".
Pobre povo americano, nem sabe que é vilão pro resto do mundo. E escrevo isso por experiência própria. Do tempo que passei morando lá, essa foi talvez a coisa que mais me chamou a atenção. Existe uma ignorância inocente nas pessoas de lá. Culpa do governo, talvez? Não quero entrar nesse âmbito, mas o fato é que são, em grande parte, boas pessoas. Boas pessoas que acabam passando por arrogantes aos olhos do resto do mundo por simplesmente não saberem NADA sobre este.

Há bons americanos. Este aqui é um deles:



Quem quiser saber mais: www.butchwalker.com

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Ficções ( em homenagem à Borges)

Creio que foi Foucauld ( cito de segunda mão, não consegui ainda passar das primeiras páginas) que falou a respeito de "acreditar no discurso". Isso me leva à idéia de aceitação do pacto ficcional. Aquela coisa de comprarmos a idéia do que lemos, compactuar com o autor, aceitar o que se lê como real.
Mesmo que se saiba que é ficção, que não é real ( e mesmo o relato de experiências verídicas, quando escritas, são sempre uma representação), compactuamos. Sentimos, sofremos, rimos, especialmente com aqueles escritores bruxos ( do Cosme Velho ou não). As personagens se tornam quase que pessoas reais e palpáveis.
Mas falo de literatura. E ponto.
Nova linha, parágrafo: a vida não é literatura, aliás, Pessoa disse, o sol doura sem ela. Eu não vivo sem, mas não espero que outros sejam como eu. Gostaria até, mas não espero mais. Mas: a vida é isso aí, do cotidiano, de abrir os olhos, sair pra rua, coexistir - pelo menos em teoria.
Então chego onde eu queria realmente chegar e não conseguiria sem uma básica introdução: é possível aceitar o pacto ficcional, acreditar no discurso da vida chão-chão?
Antes de ser possível ou não, deve-se fazer isso? É assim mesmo que tem que ser?
Devo estar sendo naive ( french words em tua homenagem, Nisemblat), mas, eu ainda não sei jogar o jogo. Esse grande teatrão que virou a vida, desde o sorriso falso, a aquiescência forçada, as amabilidades fúteis ( até então, digamos, estaríamos no terreno "soft", talvez) ao engolir sapos que ficam trancados na garganta.
Porque o bizarro, o irreal, o absurdo, o insuportável, tudo vai virando discurso que se aceita, pacto ficcional que saiu da literatura pra vida-vida mesmo. Aquela de ir trabalhar, pegar ônibus, atravessar avenidas, frequentar o comércio. Digo: não é possível que as pessoas não percebam que tudo é, cada vez mais, uma representação e a gente é, na maioria, aqueles extras que passam ao longe na cena e que nunca levam o nome nos créditos. Que tudo é uma grande manipulação. Cada um escuta, acredito, o eco da verdade em uma altura diferente. Eu, às vezes, quase me ensurdeço - mas fico pensando se eu mesma não estou fabricando esse efeito sonoro pra me candidatar ao Oscar desse categoria imaginária pra esse filme extenso e incompreensível do qual eu faço parte. Da qual a comida, a cor em voga, a marca, a bebida mais nova, o arremedo de moda que respinga nos balaios e liquidações das lojas de departamentos, fazem parte.
Tudo vira camada sobre camada de algo genuíno, primevo, que vai desbotando, vai esmaecendo.
É talvez, uma tentativa de buscar o meu primitivo. Bonito dizer que a arte, a literatura, salva. Salva porque ilude. E ilusão é proteção. A arte imita a vida, lembra? Mas quando a vida começa a imitar a arte, e o surrealismo, que devia estar dentro da moldura daliniana, por exemplo, começa a invadir e transformar a vida-vida nessa representação esquizofrênica, nesse frenesi de mentiras e discursos que de tão falsos são críveis, eu quero que a arte seja mais arte e menos vida.
A vida, esse negócio genuíno e primevo.
E escrever, esse é o meu genuíno e primevo. Mesmo que seja um tatear na neblina, ainda é o espaço em que o pacto ficcional está em seu lugar à parte: no seu verdadeiro lugar.

Prefab Sprout - If You Don't Love Me

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

sábado, 13 de setembro de 2008

O Processo Eleitoral Americano

Uma análise detalhada do processo eleitoral americano, a não perder, é fornecida por este site:

http://idelberavelar.com

É Bom Que Lembre!

Se a vida é dura, mais dura é a razão que te sustém!

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

não sou mágica, não!



mas meu coração, a hora que eu quiser
fica aqui, na minha mão...

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Hipocrisia (eu quero uma pra viver)

Hoje eu descobri que eu sou um grande hipócrita. Devo ser. Desses que se gabam de ser tão diferentes das demais pessoas, mas que no fundo querem a mesma coisa que todas elas. Desses que listam suas qualidades como se fossem os únicos no mundo que as portam. Desses que criaram uma série de pré-requisitos para ser amado e, em conseqüência disso, não encontram amor. Devo ser. Desses que clamam merecer o amor de uma menina diferente, mas querem na verdade uma menina comum, pois sabem que meninas diferentes são sinônimo de problema. Desses que estufam o peito para dizer o quanto não dão importância para o que o mundo pensa de si, mas que morrem de medo da simples idéia de ser odiado por alguém. Devo ser.

Um hipócrita. Desses que não perdem seu tempo lutando quando sabem que a batalha está perdida. Mesmo se o coração está mandando lutar. Desses que fingem esquecer, mas lembram e convivem com a dor disso silenciosamente. Devo ser.

Um grande hipócrita que ainda pensa no que já deveria estar morto e enterrado. E lamenta o fato de não ter poder nenhum para mudar a situação.

É. Devo ser.

(este texto também pode ser lido no blog O que aprendi com o Kama Sutra: com fotos coloridas de Hitler)

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Joss Stone - Right To Be Wrong

Escolhida por Obama para compor o Hino de campanha.