sábado, 30 de dezembro de 2006

FLAGRANTES

Ultrapassada a mais longa das noites, veio tua última mensagem (massagem? mensonge?) na voz olvidada dos anjos. Que de belles paroles. Tanto as andei perseguindo nesses dias ... e esqueci que estavam seladas na caixa mágica. Lembro uma fotografia de criança, uma mulher sobre a cama em solilóquio e depois o homem ou o anjo que adentra seu quarto. Solilóquios em matizes de cinza, cada qual uma figura muda pausando pensamentos.

Depois que vi o filme, com aquele extraordinário e triunfante sentimento de ‘é isso’, peguei a bicicleta e fui Petrópolis acima, levá-lo à esconsa Faria Santos, onde, superada a sengracice da Protásio, um generoso naco de céu sobre jacarandás velhíssimos ainda era possível. Na sacada do 1º andar, Stella pósbanho desembaraçava a cabeleira anelada.
- Chama a tua mãe.
- Sobe, Maria Célia.
- Não dá. Só vim trazer este filme, e com a bici fica ruim.
Maria assomou, sempre sorrindo ou rindo muito. Quando nos víamos, o primeiro movimento era despencar-nos em risadas, mesmo antes que a tirada hilária aflorasse ao cérebro. Arremessei a caixinha com a paúrazinha de que não conseguissem pegá-la. Se esfrangalharia no chão e ... Quanto tá mesmo um fita?
- Vê. Depois a gente se fala. Busco no domingo.
- Mas, sobe antes. Não me desfeiteia. Olha que tem torta ....

Não lembro se subi ou se desceram do seu ninho alcantilado, se prendi a bici em algum cano, se era sábado... Apenas lembro de Isabel e as crianças enxameando em torno da bicicleta e do gosto indizível daquela torta no outono. Adiante, quando busquei meio séria, meio casual a fita, Maria apenas disse que o filme era muito lento ou esquisito, ou escuro, ou que ficara com sono e nem vira até o fim.
- Célia, vou te confessar uma coisa (novamente voltaram-lhe risos) sou uma babaca romântica. Viste ‘Lendas da Paixão’? EEESSSE faz meu gênero. Ai, o Brad Pitt ... irresistível. Tu tens que ver.
Primeiro e desconfortável prenúncio de que, fora dos dias de trabalho, nunca poderíamos ser profundamente amigas. Nada além de uma camaradagem circunstancial. Nec plus ultra, nec plus ultra, (de novo) also spracht Zaratustra..
Em todo o caso, tempos depois Maria Célia buscou o Lendas da Paixão. Fora o filme, Brad Pitt esteve realmente irresistível.

tecla


tecla do amor
ou do ardor?

quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

milagre alquímico

e eis o grande milagre dos sábios: a alquimia de transformar o dia-a-dia em vida-a-vida.

quarta-feira, 27 de dezembro de 2006

Breve como a garoa que cai lá fora
Assim sou eu
Leve e fresco tipo um pingo que ficou na folha
Numa manhã nublada e envolvente
E o sol que vem e seca
Faz com que tudo suma
O cheiro, o gosto, o toque
E o que fica
Nem eu mais sei

segunda-feira, 25 de dezembro de 2006

!


meu Deus! e agora? quanta responsabilidade em minhas mãos. o que faço?

bueno, bueno, faz tanto tempo que não me arriso nas tecladas, mas enfim, prometo tentar ser um bom rapaz. em breve volto aqui com muitas novidades escarnecedoras...

saudações blogueiras,


g


domingo, 24 de dezembro de 2006

Bons tempos


Na minha época de Facul, o top dos tops era ser maldito, marginal e pirado, - não necessariamente nessa ordem. Conferia um baita status de nobreza moral e intelectual. Pois um trio de amigos acadêmicos conseguiu se infiltrar no mega IBM que ocupava um porão climatizado da Universidade e acessar sites que ensinavam a fabricar coquetéis molotov (banal, hoje em dia). A fissura não era à toa, afinal vivíamos em plena ditadura militar. E tem mais: no laboratório da Faculdade de Química, surrupiaram certas substâncias bastante interessantes com as quais sintetizaram o primeiro alucinógeno gaúcho, precursor do LSD, o Portinho I.
Bem o Trio Maravilhoso Regina, Talco, Sabonete e Água de Colônia, como se costumava brincar na década de 50, estava tão à frente de seu tempo que, pasmem, acabou construindo uma câmara criogênica, saca? Daquelas que congelam pessoas por um tempo determinado e que mais adiante fazem o sujeito voltar à vida com um corpinho de 18. Comigo, a cobaia da tchurma, eles erraram na dose e nos resultados. Permaneci 30 anos na engenhoca bolada pelos meus amigos e ao sair estava com um corpo de 65, uma cabeça de 18 e um português de meados do século XX mesclado à toda a espécie de gírias. Pode?
Bem, galera, minha amiga, irmã de fé e camarada, Mariana, apitou e eu vim correndo pra, de vez em quando, dar o meu recado no seu blog. Ou seja, a Véia do Bonfa is on the road. Again
Em tempo: um dos amigos se tornou físico nuclear, o outro, ator de teatro, representndo eternamente Hair, e última, sob os auspícios da família abonada, dá um de astróloga profissional entre Nova Iorque e Ipanema.

sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

bic, é assim que se escreve?

guria Krugets, amo as palavras. amo. posso não ter sapato, mas se tenho verbo, me acho no salto. esse pequeno texto nasceu do nosso descompromisso verbal e da verdade da vida graças ao dispositivo do dono do mundo. ó, msn de bill, mas que pusta ardil!


ha! tem gente que só porque tem um dourado de latão, acha que é ouro. ah, bando de canetinha bic.
é, basicamente isso, eu só acho que a canetinha bic é latão e os caras pensam que é de ouro, não se comprometem em fazer parte de uma história que tem tudo pra ser muito legal, como se fosse uma oficina.
é como diz aquele velho jargão: "ensinar é aprender", ou "é errando que se aprende". sabe, falo isso só pra clichetear qualquer coisa.
enfim, e se continuarem a fazer da bic uma parker vão entrar tudo pelo cano. é uma pena e vão se dar conta só depois que a esferinha estiver na capa da gaita.

quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

ha ha ha



os tormentos sempre sopram ventos
vento norte ou minuano
nunca se sabe onde vão parar rebentos
meta a cara
esqueça maus momentos
estufe o peito
anule a lógica
mostre a língua
assassine a gramática
não dê a descarga
deixa a coisa feder
aqui se faz adubo
do cóqui enxixizado
e então a água da patente
de repente molha o vento
com respingos de letras is
e bolinhas de alfabeto

Avante centelha!

De artistas plásticos à pescadores: a coletividade vem tomando forma.
Uma forma se transforma aqui. Eu queria poder usar real para substituir o aqui, mas daí pensei em todos os colaboradores deste recém-nascido blog e me dei conta que o real iria trabalhar apenas como radical. Porque o real está nas ruas, está na cara lavada de todas as manhãs, nem sempre bem amanhecidas.
Meu desejo é que aqui seja o lugar onde haja muito surreal, muito irreal.

Que o real seja massinha para modelar idéias nas nossas mãos, que ao teclado sejam mãos de artesãos a recriar a realidade como quisermos, como acharmos que deve ser.

Libertos para criar e reinventar o reinventado, inovar o novo. Ao que nos for velho, brechó de idéias. Que façamos crônicas com nosso dia-a-dia, que sejamos a Rainha de Copas de nós mesmos!


Eu já aderi à essa idéia e sei que a troca vai ser inestimável.

quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

Medo!

Hi theere!

Então, respondendo ao convite da nobre amiga, uno-me à alegre tropa de postadores. Sei lá pq eu fui convidado, pq careço do talento literário da dona do Blog, sou ligeiramente barrigudo e tenho uma calvície incipiente, ah, e ainda por cima sou homem e heterosexual. Completamente sem graça portanto :) mas prometo fazer públicas as minhas ruminações. Vamos ver no que vai dar. Saudaçõees!

nascendo

está nascendo algo novo e não sei ao certo o porquê dessa miscelânia de cabeças doidas, mas o que sei já basta - são pessoas que escolhi por algum motivo especial.
sinta-se à vontade para ser você mesmo aqui dentro desse novo recanto aberto a quaisquer idéias e modos ímpares que for. porém, neném de belém, a única coisa expressamente proibida é não ser livre. te solta magra. te algema magrão. humpf.

o bloco.