quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Radinho de Pilha


Cansado de ser o radinho de pilha amigo

Que a tudo acata,
que a tudo vibra.

Exausto.

De histórias urbanas,
Gogós sertanejos.

Horóscopos tortos
Comícios, festejos.

Retiraram-lhe o cordão umbilical;
novamente o itinerário denotava questão de tempo ao trágico ensejo.

A freqüência modulada descobria o véu da memória,
O chiado reticente era tal qual sinestesia insistente queremetia a um momento onde era divida uma história;

E ao passo do descompasso:

A vida.

Segue o rádio sua saga:
Segue.
O rádio.
A sina.

De ser mais que simples arauto transistorizado.

Mais do que lhe permitiam...

Mas foi um instante de descuido de seu amigo-dono

Que o radinho resolveu entregar os pontos:
Acovardou-se feito ele.

E chorou chiando

Jogou-se, arquibancada abaixo, abortando sua missão.

Não quis narrar o inenarrável...

(Produção conjunta by Ana Priscila e Eduardo Marques)

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

sábado, 29 de novembro de 2008

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

parafuso! cheers!

tuas pernas são como roscas
enroscam, cutucam



e sacam como rolha
num giro! póf!
parando o meu fuso.
Posted by Picasa

sábado, 22 de novembro de 2008

sábado, 15 de novembro de 2008

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

o fogo que arde




é o mesmo que queima

domingo, 9 de novembro de 2008


diz adeus às pedras no sapato
pois pela dor tudo se dilui
não se preocupe Ane
o lugar ao sol é logo ali
porque nessa vida
cedo ou tarde
tudo flui

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

John's birthday.



Hoje John Lennon estaria completando 68 anos.


E eu me dei conta disso assim:


Minha aluna de 8a série veio trazer o caderno pra eu corrigir os exercícios de ingrish e lá em cima estava escrito: "Happy Birthday John". Com um coração desenhado de canetinha do lado.

Uns tempos atrás ela me perguntou qual meu beatle favorito. Eu não consegui responder.



Happy birthday, John.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Bons americanos...

Tava olhando o blog aqui e notei um espírito engajado em informar sobre as eleições americanas. Só não saquei bem o teor da intenção, se é meramente informativo, pelo fato dos EUA serem essa potência que são, exercendo influência em nossas vidas em todos os sentidos (principalmente sobre aqueles que oferecem resistência a todo e qualquer elemento da cultura ianque), ou se é por medo de alguma ameaça iminente desses "vilões".
Pobre povo americano, nem sabe que é vilão pro resto do mundo. E escrevo isso por experiência própria. Do tempo que passei morando lá, essa foi talvez a coisa que mais me chamou a atenção. Existe uma ignorância inocente nas pessoas de lá. Culpa do governo, talvez? Não quero entrar nesse âmbito, mas o fato é que são, em grande parte, boas pessoas. Boas pessoas que acabam passando por arrogantes aos olhos do resto do mundo por simplesmente não saberem NADA sobre este.

Há bons americanos. Este aqui é um deles:



Quem quiser saber mais: www.butchwalker.com

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Ficções ( em homenagem à Borges)

Creio que foi Foucauld ( cito de segunda mão, não consegui ainda passar das primeiras páginas) que falou a respeito de "acreditar no discurso". Isso me leva à idéia de aceitação do pacto ficcional. Aquela coisa de comprarmos a idéia do que lemos, compactuar com o autor, aceitar o que se lê como real.
Mesmo que se saiba que é ficção, que não é real ( e mesmo o relato de experiências verídicas, quando escritas, são sempre uma representação), compactuamos. Sentimos, sofremos, rimos, especialmente com aqueles escritores bruxos ( do Cosme Velho ou não). As personagens se tornam quase que pessoas reais e palpáveis.
Mas falo de literatura. E ponto.
Nova linha, parágrafo: a vida não é literatura, aliás, Pessoa disse, o sol doura sem ela. Eu não vivo sem, mas não espero que outros sejam como eu. Gostaria até, mas não espero mais. Mas: a vida é isso aí, do cotidiano, de abrir os olhos, sair pra rua, coexistir - pelo menos em teoria.
Então chego onde eu queria realmente chegar e não conseguiria sem uma básica introdução: é possível aceitar o pacto ficcional, acreditar no discurso da vida chão-chão?
Antes de ser possível ou não, deve-se fazer isso? É assim mesmo que tem que ser?
Devo estar sendo naive ( french words em tua homenagem, Nisemblat), mas, eu ainda não sei jogar o jogo. Esse grande teatrão que virou a vida, desde o sorriso falso, a aquiescência forçada, as amabilidades fúteis ( até então, digamos, estaríamos no terreno "soft", talvez) ao engolir sapos que ficam trancados na garganta.
Porque o bizarro, o irreal, o absurdo, o insuportável, tudo vai virando discurso que se aceita, pacto ficcional que saiu da literatura pra vida-vida mesmo. Aquela de ir trabalhar, pegar ônibus, atravessar avenidas, frequentar o comércio. Digo: não é possível que as pessoas não percebam que tudo é, cada vez mais, uma representação e a gente é, na maioria, aqueles extras que passam ao longe na cena e que nunca levam o nome nos créditos. Que tudo é uma grande manipulação. Cada um escuta, acredito, o eco da verdade em uma altura diferente. Eu, às vezes, quase me ensurdeço - mas fico pensando se eu mesma não estou fabricando esse efeito sonoro pra me candidatar ao Oscar desse categoria imaginária pra esse filme extenso e incompreensível do qual eu faço parte. Da qual a comida, a cor em voga, a marca, a bebida mais nova, o arremedo de moda que respinga nos balaios e liquidações das lojas de departamentos, fazem parte.
Tudo vira camada sobre camada de algo genuíno, primevo, que vai desbotando, vai esmaecendo.
É talvez, uma tentativa de buscar o meu primitivo. Bonito dizer que a arte, a literatura, salva. Salva porque ilude. E ilusão é proteção. A arte imita a vida, lembra? Mas quando a vida começa a imitar a arte, e o surrealismo, que devia estar dentro da moldura daliniana, por exemplo, começa a invadir e transformar a vida-vida nessa representação esquizofrênica, nesse frenesi de mentiras e discursos que de tão falsos são críveis, eu quero que a arte seja mais arte e menos vida.
A vida, esse negócio genuíno e primevo.
E escrever, esse é o meu genuíno e primevo. Mesmo que seja um tatear na neblina, ainda é o espaço em que o pacto ficcional está em seu lugar à parte: no seu verdadeiro lugar.

Prefab Sprout - If You Don't Love Me

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

sábado, 13 de setembro de 2008

O Processo Eleitoral Americano

Uma análise detalhada do processo eleitoral americano, a não perder, é fornecida por este site:

http://idelberavelar.com

É Bom Que Lembre!

Se a vida é dura, mais dura é a razão que te sustém!

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

não sou mágica, não!



mas meu coração, a hora que eu quiser
fica aqui, na minha mão...

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Hipocrisia (eu quero uma pra viver)

Hoje eu descobri que eu sou um grande hipócrita. Devo ser. Desses que se gabam de ser tão diferentes das demais pessoas, mas que no fundo querem a mesma coisa que todas elas. Desses que listam suas qualidades como se fossem os únicos no mundo que as portam. Desses que criaram uma série de pré-requisitos para ser amado e, em conseqüência disso, não encontram amor. Devo ser. Desses que clamam merecer o amor de uma menina diferente, mas querem na verdade uma menina comum, pois sabem que meninas diferentes são sinônimo de problema. Desses que estufam o peito para dizer o quanto não dão importância para o que o mundo pensa de si, mas que morrem de medo da simples idéia de ser odiado por alguém. Devo ser.

Um hipócrita. Desses que não perdem seu tempo lutando quando sabem que a batalha está perdida. Mesmo se o coração está mandando lutar. Desses que fingem esquecer, mas lembram e convivem com a dor disso silenciosamente. Devo ser.

Um grande hipócrita que ainda pensa no que já deveria estar morto e enterrado. E lamenta o fato de não ter poder nenhum para mudar a situação.

É. Devo ser.

(este texto também pode ser lido no blog O que aprendi com o Kama Sutra: com fotos coloridas de Hitler)

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Joss Stone - Right To Be Wrong

Escolhida por Obama para compor o Hino de campanha.

sábado, 30 de agosto de 2008

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Paul Leonard Newman - Homenagem


Actor extraordinário, cidadão socialmente empenhado, filantropo, Judeu.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

terça-feira, 26 de agosto de 2008

deserto

É natural que, de repente, eu tenha esquecido o que procurava?
E se perdi alguma coisa no caminho que não me faz falta?

Um eco, um vento,
Uma febre imbecil.
Deveria voltar pra buscar???

...

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

terça-feira, 19 de agosto de 2008

vertigens da razão


Não podemos prever os grandes acontecimentos. Tsunamis são imprevisíveis e nem sempre há radares páreis.




Sexta-feira de duas semanas atrás – não negarei meu tédio quanto a conversas paralelas sobre jogos de futebol em mesa apertada de salão de festas alugado enquanto crianças sonolentas gritam sem saber o que realmente querem a bípedes longevos, que falam, falam, falam intermitentemente sobre a máfia do apito e suas barrigas inflam de salsichão besuntado. Balões estouram um atrás do outro e não há sequer notas musicais que recendam de algum canto qualquer para amenizar o óbvio do ser. É, definitivamente é mais fácil descobrir a fórmula do tédio do que a teoria do significado ou a aplicação a curto prazo do E=mc2. O mundo dos salões alugados não permite alçar o vôo dos trapezistas.


As pessoas desses salões falam em liquidações imperdíveis, Onassis em ilha de caras, gravidez depois dos quarenta e seus riscos gradativos, escova progressiva agora já com formol, novela cowboy e botinha bang-bang, plástica indolor e fios de ouro nas maçãs da cara. E haja cara, cara não rara para um mundo que não se faz rir com o abdômen. Não. são risos de garganta seca e manipulados convenientemente por não tão maus atores assim. muitos risos de garganta que estragam as cordas vocais pro outro dia.Os convivas usam sempre o mesmo vocabulário para denominar o todo. Até um estrangeiro que não fale o Português entenderia a língua depois de três horas de imersão naquelas falas recorrentes. a retórica prêt-à-porter faz silêncio em meio ao barulho. O garçon finge que fala bem. Não, mas peraí, ele fala bem. ele fala melhor que todas as pessoas dali. Articula bem ao anunciar os sabores das pizzas, pluraliza os sabores, flexiona os verbos de sua ação em movimento tornando-se a pessoa mais interessante do recinto por menos dentes que tenha em sua boca.



Franjas foram cortadas para aquela ocasião tão aguardada de outubro. aquelas mulheres velhas usam-nas, talvez, para voltar à meninice estanque. A eterna ode ao novo está sobre suas testas por mais que louvem a sabedoria do saber envelhecer. São ninhos moldados que protegem as suas vítimas testas de unicórnios do tédio. Mas não adianta, as franjas lhes fazem velhas justamente por escolher o corte. O labirinto em que ambigüidade humana se perde é inevitável e assim sempre será até que retornemos às cinzas. E eu tenho um corpo e duas almas e sem querer, e sem pedir, saio dele por aí a ver o que Nietzsche enlouqueceu por apregoar.


Depois dessa noite sabia que precisava me perder um pouco. E me perdi me achando.me perdi na jogatina de uma quarta sem-lei e quase sem remorso. Decidi que não voltaria pra casa depois do sétimo copo de cerveja. O boteco era sórdido. Até um cachorro andarilho perpassou minhas pernas enquanto o taco através de regras não oficiosas tentava bater a ferro e fogo a bola do adversário. Hapers fumavam gangorreando o cigarro caído no canto da boca. E o aquilo se tornava bonito pro meu mundo pequeno-burguês convicto. Eu gosto do contrário ao comum. É oxigênio extra pra quem gosta de submergir ao oceano da vida.Rock´n roll gaúcho de fundo na birosca - Cachorro Grande, ah, os guris do main stream e reconhecidos agora no sudeste inebriavam a ilusão da madrugada. Agora sim, aparece, de uma forma meio nebulosa, a vida que vale a pena, pelo menos por alguns instantes e que custa caro. A noite cai e a minha razão cai junto. O telefone celular toca, reconheço o número no bina e não atendo. A desconsideração se apossa do meu senso e quero mais é que o mundo se foda. Agora eu sou outra. A outra latente que o tédio dos salões se incumbiu de lapidar. Passo por cima da moral, atropelando-a implacavelmente sem se quer parar pra socorrer. Agora eu sou eu. Uma endiabrada na direção sem rumo, nauseada e cega de álcool a muitos quilômetros por hora nos ares do mundo. Nem sempre dá pra explicar o porquê de haver um pouco de razão na loucura. E a imoralidade nas altas horas é justamente não ser autêntico consigo mesmo.


O dia amanhece e caminho pelas ruas do Bonfim. não quero voltar pra casa. Paro em cada esquina, como um cachorro sem guia que escolhe o poste certo pra marcar a presença na ausência. A cada esquina com casa antiga e contrastante com o céu, eu diminuo o passo, paro e fito; decido se vou marcar, e então vejo a beleza do cinza- cimento. ah, e como é bonito o cinza flicts. Existe lugar para todos no mundo, lugares mais altos, mais planos, feios e bonitos. Mas existem. Agora eu vejo esses muitos lugares e possibilidades várias de ver a lua.Que magia estranha a essa hora conseguir enxergar um sentido... os ninhos e cabeçorras começam a se esvanescer como uma fumaça bruxuleante no final de um fogo de chão. Agora não são mais as franjas-ninhos da minha ojeriza. São as melenas onduladas do quadro de Da Vinci que embriagam o amanhecer com o seu movimento aquático. Os balões já pararam de estourar e já não escuto as conversas cruzadas sobre a máfia futebolística. 6:30 da manhã de quinta-feira. É hora de trabalhar e mais uma vez eu perco a razão.
Porto Alegre, 15 de junho de 2006.

sábado, 16 de agosto de 2008

domingo, 3 de agosto de 2008

out of order

Você percebe que algo está fora da ordem quando...

( ) leva mais de 10 minutos para decidir qual maionese da prateleira vai levar;

( ) chora de rir com o programa de humor de Tom Cavalcante;

( ) lê sobre a vida das celebridades;

( ) tem vontade de ler a biografia do Paulo Coelho;

( ) sofre com a morte de uma pessoa que nunca soube de sua existência;

( ) tem coisas amontoadas em alguma prateleira sem nunca tocá-las há mais de um ano;

( ) escreve posts enquanto está atrasado para um compromisso;

( ) tem um gato que mora no seu pátio sem a sua permissão e às vezes entra na sua casa pra te observar digitando no computador;

( ) nenhuma das opções acima. (sugira outras)

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Joker




Pra quem é afeito a um bom carteado como eu: a melhor carta na manga.

A rodada foi terminada, o baralho guardado: carta morta.

Bela carta de baralho, mítica, já foi Nicholson, agora Ledger.

Carta fora do baralho antes do jogo terminar. Fica a impressão em celulóide, película sombria.



A boca rasgada, a risada macabra.




Não foi a morte, a diva mais dark, que compôs o mito: foi o trabalho visceral. Rasgado - como o sorriso doentio, irreprimível. Hipnótico. Clown patético, dolorido, doente, lunático.


Que ele já vinha, grande, forte, de longe - levando murro na cara do pai em "A Última Ceia" e pendurando uma camisa manchada de sangue em "Brokeback Mountain". Ou cantando, adolescente, "I can't get my eyes off you", em "10 coisas que odeio em você".




E, por fim, a cartada certeira, derradeira,

GAME OVER.

Why so dead, Joker?

terça-feira, 29 de julho de 2008

danseur


essa menina quis ser bailarina
a saia pegou emprestada
a sapatilha que foi doada
e acreditou
algum contrapasso era possível!
as aulas foram poucas
porém o corpo acompanhou
e mesmo enferrujado fingiu bem
então saiu a fotografia

segunda-feira, 28 de julho de 2008

domingo, 20 de julho de 2008

Carta do ex para a ex

...às vezes, essas coisas que chegam por e-mail são engraçadas...




Querida, escrevo para dizer que vou te deixar.Fui bom marido por 7 anos. As duas últimas semanas foram um inferno. O seu chefe me chamou para dizer que você tinha pedido demissão e isso foi a gota. Na semana passada, nem notou que não assisti ao futebol. Te levei na churrascaria que mais gosta. Chegou em casa, nem comeu e foi dormir depois da novela. Não diz que me ama e nunca mais fizemos sexo. Está me enganando ou não me ama mais.

PS. Se quiser me encontrar, desista. A Júlia, aquela sua 'melhor amiga' da academia e eu vamos viajar para o nordeste e vamos nos casar!

Ass: Seu Ex-marido.



Resposta:



Querido ex-marido,
Nada me fez mais feliz do que ler sua carta. É verdade, ficamos casados por 7 anos, mas dizer que você foi um bom marido é exagero.Vejo a novela para não lhe ouvir resmungar a toda hora. Reparei que não assistiu futebol, mas com certeza, foi porque seu time tinha perdido e você estava de mau humor. A churrascaria deve ser a preferida da amiga Júlia, pois não como carne há dois anos.Fui dormir porque vi que a cueca estava manchada de batom. Rezei para que a empregada não visse. Mas, com tudo isto, ainda o amava e senti que poderíamos resolver os nossos problemas. Enfim, a gente toca o barco,...e quando descobri que eu tinha ganhado na Loteria, deixei o meu emprego e comprei dois bilhetes de avião para o Taiti, mas quando cheguei em casa você já tinha ido. Fazer o quê? Tudo acontece por alguma razão. Espero que você tenha a vida que sempre sonhou.O meu advogado me disse que devido à carta que você escreveu, não terá direito a nada. Portanto, se cuida!




PS. Não sei se lhe disse, mas a Julia, minha 'melhor amiga', está grávida do Jorginho, nosso personal. Espero que isto não seja um problema...



Ass: Milionária, Gostosa e Solteira.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Uso-fruto temático

Hoje eu voltava do super com quatro sacolas. No cordão da minha calçada, estava sentado um menino. Ele vive "por aí": dorme às vezes na rua, ou em algum abrigo. Pede comida, zanza pela cidade. Tem uns olhos imensos e, acredite, ingênuos. Ele é tão bonito: tem aqueles cílios grossos que emolduram os olhos, algo meio cigano, meio catalão, e a íris não se diferencia da pupila, é tudo uma morna escuridão. Como eu presto atenção nesses detalhes? Respondo com uma frase de Jude Law em Closer: "because I'm a lunatic".
Sei, isso parece mais um daqueles textos melodramáticos, autocomplacentes, de quem se apieda e nada faz. Sim, eu me apiedo e nada faço, ou dar um prato de comida, uma banana, uma garrafinha de refri e dois reais é fazer alguma coisa? Fiquei com vergonha de mim. Fiquei com vergonha de morar num país assim, numa sociedade assim, fiquei com vergonha de gostar mais desse menino que já encontrei várias vezes do que do Caixa Baixa, outro menino que "vive por aí" e que já tem planos concretos de ser bandido quando crescer. Tá no olho. Qual dos dois é mais ingênuo? Quando eu perguntei pro Caixa Baixa o nome dele, ele se requebrou,lançou os dois indicadores estilo hip-hop-bandidagem, e disse, meu nome é Caixa Baixa, Zé Pequeno, Mané Galinha, parafraseando Cidade de Deus. Achei tão engraçado. Depois achei absurdo achar engraçado. Depois achei engraçado de novo. Daí misturou cinema, fantasia, personagem, tudo se imiscuindo na realidade drummondiana "eta vida besta, meu deus".
Depois, claro, entrei para dentro do meu mundo interior e seus pequenos-grandes problemas. As I said, I'm a lunatic.
Mas e então, penso, e pra jantar, o que o moleque-de-rua-mas-do-bem vai ter? Vou ficar,será, pensando nele? E todas as moedas que eu já dei, e que não aliviam essa culpa intrínseca? Não posso ficar pensando. E o sucedâneo de paz que se conquista, por vezes, à duríssimas penas, jogo pelo ralo assim, por causa de uns olhos emoldurados de cigano?
Tudo é mesmo uma grande encenação: eles são personagens, e, como o Caixa Baixa, personagens de personagens, quando a vida vira metalinguagem. Servem de escadas, coadjuvantes exemplares, para outros brilharem: são temas de campanha, são temas de novela, de contos, de manchetes de jornais e, claro, você já percebeu, estava mais que previsível: são temas de posts de uma escritora (?) sofrendo de sério bloqueio criativo nos últimos tempos.
Eu o aliviei com um prato de comida, uns trocados, uma banana, um refri, em troca, ele me deu um post. E é assim que a vida é.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

agora

temranse
emratsen
mentarse
emtranse
hein?
em transe

quinta-feira, 10 de julho de 2008

terça-feira, 8 de julho de 2008

segunda-feira, 7 de julho de 2008

GUANTÁNAMO

"Guantánamo é um dos mais sérios desafios ao direito internacional e aos direitos humanos e identifica-se, hoje, com a prática da tortura, da manipulação psicológica e dos tratamentos desumanos, assumindo-se como paradigma do mal absoluto e símbolo da deslegitimação . A extenção das violações que aí se verificam, no quadro mais vasto de uma politica global de desrespeito pelos direitos humanos, justificam a iniciativa e a reflexão desta conferência."
Salão Nobre da Ordem dos Advogados - 8 de Julho, 14.30 horas

Neil Young: Let's Impeach The President

Dia 12/7, vai estar em Portugal; músico extraordinário, está, igualmente, empenhado na defesa da dignidade da pessoa humana, e na paz mundial.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

The Doors - Touch Me

Pergunta-se!


Será que, quase, toda a gente deste lugar foi para a Estação Espacial Internacional?


Não, não foram? Então, porque pararam de escrever?

terça-feira, 1 de julho de 2008

sábado, 28 de junho de 2008

quinta-feira, 26 de junho de 2008

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Selecção Turca

Como eu gostava que tivesses ganho!

segunda-feira, 23 de junho de 2008

l'amour en hiver

é, essas coisas simples ...




l'amour, lámour...


l´amour en hiver!

scène de l´hiver



por esses tempos de mudez
as fotografias revelam o que há, o que sinto.



as palavras, aquelas amigas, minhas amantes,
ficaram para trás,
lá longe, numa estrada perdida.
eu sinto muito.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Contingente


Acho que tenho sempre razão. Fico lacônico em conversas batidas que me espicaçam com lugares-comuns, não dou abertura inicial a alguns e economizo palavras.

Digo que não gosto do que você adora. Dispenso um monte de gente, conversa de crente, amores carentes, fashioned retros reticentes e tudo que seja só aparência... Falo verdades tão inconvenientes que você deve estar atento, ou em um daqueles conflitos de momento, elas irão afrouxar algumas de suas incrustadas obturações mais resistentes.

Meu sofá velho parece novo e meu sapato novo parece velho. Talvez por isso tenha fugido da catequese aos doze anos e, aos vinte e poucos, descoberto que poetas escrevem meu verdadeiro evangelho.

Tire as crianças da sala. Não indicado para cardíacos. Muito menos cardíacas infartivas convulsivas que desejam marca-passo para felicidade.

E mais, o arquétipo do seu Nirvana ocidental não me apetece: carros maiores, celulares menores, Photoshop no carnaval das identidades e a felicidade em 10x sem acréscimo.

Ao menos, parece que não envelheci tanto, pois ainda gosto mais do John do que do Paul. Embora ultimamente, depois de mudar de rádio enlouquecidamente, acabe me perdendo em alguma empoeirada sessão geriátrica da Continental ou Itapema FM

Mas, certamente hoje sem tantas reprimendas internas e tantos escudos externos que não protegem as artérias de contendas ao toque do pêlo aos poros.

Apenas sublinho um senso que se pensa seguro.

Contingências criadas pedra a pedra que cercam um pequeno castelo de sonhos com muro auto-preservação.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

sábado, 7 de junho de 2008

a coisa coisada coisadinha

N



ah! essa vida assim sempre toda louca por viver é uma coisa.
e se coisada tem direito a ser uma palavra.
e cada palavra pode ter o dever de coisadinha nenhuma.



N

sexta-feira, 30 de maio de 2008

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Versões


"A única forma de suportar a existência é aturdir-se de literatura como em uma orgia perpétua."
Gustave Flaubert

"O sol doura sem literatura"
Fernando Pessoa

"Parecia-me que a literatura agregava quartos ao mundo, assim comos e agregam quartos a uma casa. E esses quartos eram infinitos e atraentes. Creio que os bons romances são como casas em que uma pessoa gosta de morar".
Adolfo Bioy Casares

"Nada é real se não o escrevo."
Virginia Woolf

"Quanto a escrever, mais vale um cachorro vivo."
Clarice Lispector
Espero, no mínimo, 22 comentários para este post polêmico, hein? Abraços fraternos...

quarta-feira, 28 de maio de 2008

segunda-feira, 26 de maio de 2008

5768

Existimos de há muito como Povo, e sobrevivemos em várias épocas às mais execráveis tentativas de exterminação que já foram lançadas contra a pessoa humana.
Hoje, pouco podem, por isso, promovem a injúria contra o Estado de Israel!

sábado, 24 de maio de 2008


os delírios e as náuseas e os poetas e os sabores de sorvete, algumas frases prontas que copiamos uma da outra, a clandestinidade partilhada à distância e a orgânica necessidade de ócio para a nossa natureza não murchar, e até mesmo os chocolates escondidos nos bolsos e revelados no momento certo é o que vale lembrar de nós. mas de tudo, eis o valente, grande gigante da alma é o que poderia ter ficado para trás.



o medo sempre nos atou.

Saramago you aren't the only one...

Primeiramente antes que venham as pedras esclareço que a foto acima não é de um conflito entre árabes e israelenses, mas é sim, o exército de Israel ali. A foto ilustra um pouco do que acontece por lá...



"O que mais preocupa não é o grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos sem-caráter, dos sem-ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons." Luther King




Essa frase, de um dos grandes espíritos que já pisaram sobre esse mísero Planeta, ecoou na minha cabeça novamente. Mas, não somente na minha cabeça, nas minhas veias, meus pulmões, na freqüência cardíaca que empurra meu sangue às vezes revolto. Acho que poderíamos ter sido amigos, amigos de alma, porque pensamos do mesmo modo e, não somos os únicos. Assim, o grande poeta português também poderia ser meu amigo. Sim, meu amigo, como você não suporto a injustiça, a violência, o terror de Estado, o desprezo pelos valores mais básicos do que pode se chamar de uma vida humana. E há, ainda, os que o chamam hipócrita. Muitos desses cegos pelos nacionalismo ufanista fecham os olhos à brutalidades e violências de toda espécie. Nacionalismo ufanista que foi o que deu exatamente a força que o Nazismo precisava, levando seres que jamais seriam capazes de concordar com desumanidade apoiar um regime horrendo, multidões cegas. Dizem que nunca esteve lá para poder ter alguma opinião, mas certamente nem eu nem você precisaram ir a Auschwitz-Birkenau, ao Viatnã, ao Chile em 1973, à Guerra do Paraguiai, ou a qualquer outro lugar para se ter uma boa idéia do que ocorreu por lá. Nos sabemos a verdade meu amigo, e sabemos que ela é muito, muito pior do que as parcas imagens que os noticiarios revelam. Mas, então meu amigo, vamos deixar as pessoas que vivem por lá relatarem o que se passa não é? Por que alguns poucos podem se deixar levar por afirmações equivocadas. Saber porque Israel é o país que mais desrespeita os direitos humanos no mundo, porque os EUA o apoiam incondicionalmente usando seu poder voto na ONU para ter vetado 40 questões relativas ao desrespeito pelos direitos humanos pelos israelenses, porque Israel é o país que mais recebe dinheiro dos EUA no mundo. Vamos ouvir o que alguns jornalistas, historiadores, pessoas responsáveis pelos Diretios Humanos, Anistia Internacional, o povo palestino, os judeus ortodoxos entre outros...




E os sionistas belicistas ufanistas? Esses nós já sabemos a versão...




Não meu amigo you aren't the only one...


















normandinha nas ganas

em tempos de prisão, poema após msn bate-volta com Minuzzo. só pra não dizer que eu não lembrei da sanha tormento. definitivamente ele mora nesse corpo.




::


a dualidade do eu

não se preocupe

não é anomalia


é normalidade generalizada






como uma mala que queria ser lama


e no final virou dalai-lhama


em tempos de Obama na cama


com Clinton




::

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Há 40 anos - Martin Luther King Jr. e os judeus


quando a Ane liberar a opção de comentar, eu coloco esse post lá embaixo. sei que é demasiada pretensão colocar a resposta do "Luso e Curta" aqui, mas não me seguro, preciso. agora. desculpem. lá vai.




simplesmente afu, Minuzzona Mágica.
e tu acha que eu não sabia que tu queria só homenagear o cara e que eu não saquei o trocadilho?

claro que eu saquei, mas sabe aqueles dias em que tu tá realmente afim de escarafunchar as bicheiras, desenterrar os tormentos e levantar poeira sem se importar de ficar com olho seco?

se, por um lado, O "Who cares" do Ênio (ao contrário do que ele provavelmente pensou) não me magoou, porque cá no sítio as palavras são destituídas de tonalidade de voz - freqüência essa deveras importante pr´gente captar o além da conotação das palavras congeladas aqui num simples screen estático e intangível para maiores abstrações; por outro, ele também, não captou que o meu "EvERY FuCKiNG DAy oF mY LiFE.
yES, i´M jEWISH."
não era um expelir raivoso, e sim um 'rá-vivoso', ácido lisérgico da minha louvada paranóia Sionista.

sou escorpion, baby, sou bicho das entranhas, da fermentação, do planeta marte, deus da guerra, regendo a genitália ao parir força de filhos que não saem pra Israel existir como Estado; tenho devoção ao amor que o meu povo dedica ao estudo, e paixão ao meu ódio por qualquer eflúvio que cheire a anti-semistismo. E isso tá tudo junto, cegamente enosado como um novelo brincado há pares de anos por gato louco e sem a mínima chance de desate.

enfogueirar situações faz parte de mim. é me sentir viva, pulsantemente viva esse aquecer do sangue morno ao quente à guisa de bem prepará-lo para os círculos de fogo que o mundo me oferta como um necessário baralho a ser jogado pra ganhar ou ganhar.





poemas, lirismo, decoro, metafísica, diplomacia, romantismo -adoro -(sério!) mas o meu lado bicho pede mais, torna-me refén irracional e quer subir nas paredes.

agora...

apenas não me venham com falácias de "uma tal panfletaria ridícula",
porque baby, aqui não tem n-a-d-a de ridículo; aqui, tem um alguém que sabe do que fala e não faz questão de ser educada, porque prefere sentir-se mais viva ainda, vivinha da silva xavier de alcântara machado ao escancarar na lata, no ato, no limpo e na justeza sem meias medidas ou tamanhas mesuras o que pensa, simples e puramente para se purificar do próprio círculo, esse maldito criatório sulfúreo que cria e recria ao preço de autoenvenenamento a cada nascer do dia.

sábado, 3 de maio de 2008

do you believe?


ah, essa é uma foto clássica. de um tempo louco, distante e sempre gostoso de lembrar mesmo que sem grandes venturas a exaltar.
está aqui agora - típicas caras de um desprezo. aliás, puramente justificável.
:P
(sempre nos achamos o máximo não por achar que éramos boas, mas por necessário ser. basicamente divas. de algo.
de algas.
de almas.)
"do you believe in life after love?"
Cher

Lusa e curta

Saramago é
estupendo
não só como escritor
mas como Pessoa

terça-feira, 22 de abril de 2008

ao som de la viguela

é o sangue inanimado, insuspeitado, que volta a pulsar
alguma vida insopitável que esse vento, sonoro, veio a despertar
a vontade se ergue do leito fictício de morte
disposta a toda e qualquer cartada da sorte


dia de ventos, dia dos mortos, dia de ressuscitar
segurar firme e impiedosamente para de novo este nó atar
que seja tardio, não importa, afinal, este enlace
urge pular no primeiro trem que por essa estação passe


é o vento, com esse murmúrio secular, imemorial
que insiste em por a correr pelas veias essa vontade quase bestial
o apelo grita aos ouvidos que abandonaram a voluntária surdez
para emitir o último aviso, chegada a hora, vinda de uma vez


vento nas veias, sangue que grita pelas esquinas do corpo
sopro renovado naquilo que se julgava para sempre morto


la sangre, me ponga a cantar, tu canción de despiertar
el viento, me ponga a viajar, en tu cáncion de sangrar

terça-feira, 15 de abril de 2008

To be continued


À minha frente, uma foto de John e Yoko. Os dois, lado a lado, me lembram Vitor Ramil - “vem, anda comigo, pelo planeta, vamos sumir, vem, nada nos prende, ombro no ombro, vamos sair”. Ombro no ombro: o pouco que sei dos dois me traz essa analogia, ou algo mais piegas e sentimental, como “amar não é olhar um para o outro, mas olhar na mesma direção”. E lá estão John e Yoko, olhando na mesma direção, e eu nem era nascida. O clipe que Yoko fez sobre a canção “Woman” sempre me faz derramar umas lágrimas, em especial, no final, encerrando com aquele pungente “to be continued”, como nos seriados americanos, quando a gente fica esperando pelo próximo capítulo pra ver, pombas, o que vai acontecer. Os dois caminham pelo Central Park, belos, serenos, ombro no ombro, não se olham nos olhos - seria necessário?
É o que todos nos almejamos, afinal? É o que dá sentido, ou é apenas mais uma invenção dos fabricantes de cartões românticos? Pergunto sem querer respostas, não enviem cartas para a redação, deixem que as questões pairem no ar, como paira a foto deles no meu mural, agridoce.
Há os que conseguem, mas um tiro, um outro, ou outra, ou a falta do vil metal, ou o hábito, ou as mazelas do microcosmo do cotidiano, e tudo o mais que cada um sabe nomear sem palavras, subtraem. E o sentido, a duras penas conquistado, vai pelo ralo, junto com a água do banho. Às vezes penso que a maçã do paraíso tem gravada nela a palavra “fim”. Faz parte do esquema, eu sei, faz parte do “game”. Mas a consciência do fim, seja representado pela morte ou pelas subtrações, parece que é o que rouba o sentido.
São apenas constatações. Sem pretensões. A palavra foi feita pra isso, pra ser escrita, ouvida, falada, lida, não necessariamente nessa mesma ordem. E a palavra “amor” é mais uma.
Mas essa foto, no meu mural, me sinaliza que não, que não é só mais uma palavra, e que o passado, de gente como John e Yoko, acaba estampando uma parede de uma casa qualquer, no fim do fundo da América do Sul, porque não é afinal, caramba... só mais uma palavra.

domingo, 13 de abril de 2008

meu rewind valioso

está sendo muito difícil atualizar os blogs da vida e ter aquela mui digna inspiração à escrita, uma vez não estando como antes, no fermentado criatório beletrício.
então, só para não deixar a energia do blog se esvair... (coisa que não admito) pinço os meus textículos d´outrora, e, que nada de inédito ou maravilhoso têm; contudo, apenas refletem estados valiosos, e que muito contribuíram para a excelência do meu recorrente rewind filme da vida.



ah, coisa boa se deixar esquecer da rotina café com pão, assim como deixamos, esquecido do relógio, nosso corpo boiar nas ondinhas calmas do mar, sentido as orelhas gelarem ao ouvir o barulhinho aquático na borda da água...


abstrair o cartão-ponto e enfim... sentir que o mundo é vasto e tudo é tão bom quando podemos expandir nossos sentidos vivendo a plena liberdade, esse estado de soltura que a bíblia tanto propalou por milênios no tal livre arbítrio do ser...




agora, finalmente, deu-se a hora de entender o seu sentido em sua mais ampla concepção da palavra:

L- I- V- R- E A- R- B- Í- T- R- I- O - uma coisa esticada, alongada. boa por demais de se saber sentida.

o livre arbítrio me é tal qual o refrão daquela música:"uma cerveja antes do almoço é muito bom pra ficar pensando melhor..."

porém, tudo o que é bom, avizinha o seu fim a curto-prazo, e a consternação fica por conta da hora de perceber que se aproxima o inexorável momento da volta; e, justamente, nessas horas, impossível não pensar que os dias bem que poderiam ser mais demorados...
que fosse uma hora, duas ou três a mais em cada um, seria de um muito bom grado penhorado... já pensou? se acaso houvesse uma maneira de acúmulo dessas pequenas frações temporais?
"- ah, só mais pouquinho para a leveza do espírito!"
é, mas o implacável tempo não admite ironias... uh! e para os hedonistas então, baita padrasto.
shlap! shlap!


wake up! come back to system. life is hard, honey moon.



domingo, 30 de março de 2008



as fotos são essa coisa surpreendente de podermos ser o que bem queremos (ou não), em nossa infinidade de tantos somos...


e, no final das contas, sempre sendo um inescapável pedacinho do eu naquele instante...


tão mágico. tão louco - ser, feia, ser foda, um híbrido bom ser em uma má Jesusa Jerusa de Jerusalém.