segunda-feira, 17 de setembro de 2007

história antiga

pego no sono, dentro do trem
vou parar na última estação
até o cobrador sumiu, não há ninguém
redemoinho de folhas pelo chão



o vento joga papéis na minha cara
tem um com mensagens cifradas
mas um código decifro, coração dispara
tudo muito claro nas letras embaralhadas



sento por ali, é um vento de temporal
decoro as mensagens enviadas
antes que a água da chuva, proposital
deixe todas as letras apagadas



não há pressa de ir embora
não temo mais esse lugar ermo
sabia que um dia ia chegar a hora
antes que pusesse tudo à termo



de longe, apita o trem, como uma visão
levanto, a chuva dispara, ele vem me buscar
a tinta escorre pelos dedos da mão
embarco, não há mais o que hesitar

perdi, finalmente, o medo

de voltar

Nenhum comentário: