domingo, 24 de dezembro de 2006

Bons tempos


Na minha época de Facul, o top dos tops era ser maldito, marginal e pirado, - não necessariamente nessa ordem. Conferia um baita status de nobreza moral e intelectual. Pois um trio de amigos acadêmicos conseguiu se infiltrar no mega IBM que ocupava um porão climatizado da Universidade e acessar sites que ensinavam a fabricar coquetéis molotov (banal, hoje em dia). A fissura não era à toa, afinal vivíamos em plena ditadura militar. E tem mais: no laboratório da Faculdade de Química, surrupiaram certas substâncias bastante interessantes com as quais sintetizaram o primeiro alucinógeno gaúcho, precursor do LSD, o Portinho I.
Bem o Trio Maravilhoso Regina, Talco, Sabonete e Água de Colônia, como se costumava brincar na década de 50, estava tão à frente de seu tempo que, pasmem, acabou construindo uma câmara criogênica, saca? Daquelas que congelam pessoas por um tempo determinado e que mais adiante fazem o sujeito voltar à vida com um corpinho de 18. Comigo, a cobaia da tchurma, eles erraram na dose e nos resultados. Permaneci 30 anos na engenhoca bolada pelos meus amigos e ao sair estava com um corpo de 65, uma cabeça de 18 e um português de meados do século XX mesclado à toda a espécie de gírias. Pode?
Bem, galera, minha amiga, irmã de fé e camarada, Mariana, apitou e eu vim correndo pra, de vez em quando, dar o meu recado no seu blog. Ou seja, a Véia do Bonfa is on the road. Again
Em tempo: um dos amigos se tornou físico nuclear, o outro, ator de teatro, representndo eternamente Hair, e última, sob os auspícios da família abonada, dá um de astróloga profissional entre Nova Iorque e Ipanema.

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