quarta-feira, 1 de abril de 2009

A vida é a Véspera da morte

Falar o que eu penso a respeito da Véspera é fácil e difícil ao mesmo tempo. Clichê? Talvez... mas realidade.
Eu me pego dizendo isso sempre que me encontro com a banda: a Véspera é a melhor banda de rock de Porto Alegre. Exagero? Pra eles, talvez... Porque são humildes, pés no chão e sabem que ainda podem absorver muita coisa nova e evoluir. E isso é ótimo! Melhor do que se aceitassem o que eu digo e se dessem por satisfeitos.
Mas não escrevo estas linhas como o amigo que sou, e sim como fã confesso. E para os meus ouvidos de fã, de mero ouvinte, espectador, a Véspera é o que há de melhor no dito "rock gaúcho" (e nem sei se a banda se enquadra nesse rótulo, dadas as características atuais dele) e arrisco a dizer que no rock nacional também. Inútil fazer comparações que não levam a nada. Acho que a banda vai além dos rótulos e tendências. A Véspera é vida inteligente, é ar puro, é brilho nos olhos em meio a um imenso mar de futilidade, poluição intelectual e opacidão que é a nossa música de consumo hoje. Nem mesmo os ditos "intelectuais" da atualidade (sem nomes aqui, mas se tu não lembrar de uma menina de 15 anos que trepa com um trintão e um bando de nerds de Cuiabá que pensam que fazem folk-cabeça, entre outros, não sei de mais nada... hehehe) são páreo para os versos tremendamente bem escritos, os riffs, acordes, solos, batidas, arranjos e notas perfeitamente entonadas do Lucídio, do Marcelo, do Bonjour, do Renato e do Camino.
A Véspera é a melhor banda de rock desta cidade e uma das melhores do país por tantos motivos... Pelos temas que escolhem para cantar sobre, com os quais todos conseguimos nos identificar e, se cantamos junto, é porque falam de nós e não pelo simples fator "chiclete".
Pela riqueza de detalhes, cuja coleção de elementos aumenta sempre, à medida que agregam novas influências. Tudo com a supervisão de uma coisinha chamada "bom gosto", que é meio rara no rock e pop brasileiro.
Pelo talento e o tino de fazer somente aquilo que está ao seu alcance e fazê-lo bem. Sem exageros ou fome de soar complexo o tempo todo. Lucídio atinge notas altíssimas, mas é na simplicidade que sua voz cativa a quem ouve. É na emoção que passa ao interpretar as canções, sabendo exatamente que tipo de clima criar. O mesmo acontece com as guitarras do Marcelo e do Bonjour, nos baixos do Camino e na bateria do Renato (que sei bem, é capaz de muito). Todos estes instrumentos encontram na simplicidade um aliado à criatividade dos integrantes e o resultado é original, empolgante e capaz de trazer à tona as mais diversas sensações.
Acho que um dos sentimentos mais fortes que se apoderam de mim quando escuto a Véspera é um misto de prazer e tormenta.
Prazer por ver que a cada música nova eles se tornam mais e mais inspirados e inspiradores. Ver que cada mudança que fazem nas músicas é para melhor. Ver que cada idéia incorporada resulta em uma viagem dentro de um universo difícil de explicar com palavras, mas que ao fechar de olhos nos deixa envolto e, quanto mais estivermos entregues, mais emocional, profunda e bonita se torna a trajetória.
E tormenta por não entender o que leva o resto das pessoas a preferirem a menina e o pseudopedófilo, ou os portoalegrenses que não lavam o cabelo e usam o terno do avô quando era adolescente, ou a moça das pernas musculosas e definidas, que pula o tempo inteiro e canta sobre poeira levantando ou algo raso desse tipo.
Acredito, de verdade, que o dia que eu acordar, olhar à minha volta e ver mais pessoas envoltas no intenso "abraço" sonoro que é a Véspera, será um dos dias mais felizes da minha vida.


Conheça eles:
Website
MySpace

*Ou apareça toda a quinta-feira no Art&Bar (Silva Jardim, 16 - quase esquina com a Plínio).

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá; parabéns pelo blog, voltarei aqui com mais calma para revê-lo.

abraços literários
Marco
Bula Literal