domingo, 3 de fevereiro de 2008

virtual virtuose (com base em rima fácil)

estabelecer por essas linhas flutuantes virtuais uma tentativa de conexão
lembrando alguma quase esquecida noção sobre recepção
SOS sem identificação, abuso desenfreado de sinais
eu, tu e eles, Os Outros, quem sabe assim, existamos mais

são para alguns pares de olhos que o hermético se torna legível
versos salvos de um abandono com data de validade, perecível
devagar, letras formam palavras, símbolos irremediáveis já estabelecidos
para os teus olhos, quem sabe, meus signos formem sentidos

e esta tela, por um instante, se torna um espelho de Alice
portal ambíguo pelo qual sempre se esperou que existisse
e esse instante, subjugado pela vontade, assume feição de eternidade
o mundo palpável se verga e esquece daquele prazo de validade

ah, se Alice me visse agora
transformar em eterna essa minha curta hora
se Alice pudesse ser eu, e eu Alice
duplaríamos em um roteiro, escrevendo sobre tudo que nunca se disse

Um comentário:

Anônimo disse...

You bet, dear.

And I mean it: you can really bet.


=^D