existem dias especiais em que acordo presenteada por entidades ainda desconhecidas. e isso acontece quando me encontro entre o sutil limiar do torpor e da vigília, naquele momento em que os olhos abrem pesados, porém ainda voltados para dentro da gente e então, a poesia vem, vem muito-muito, como uma fresca cascata livre de impedimentos, sobrepondo meus pensamentos café-com-pão, pão-com-café. ai, e é tão bom, mas tão bom tudo aquilo, que fico ali, dando muitos, muitos replays nas rimas que vêm, tentando decorar para o todo sempre aqueles cânticos cadenciados só meus e que mal nasceram ainda.
mas a vida nos prega peças a todo instante, e Darwin é meu inimigo. de chofre, chega colocando o pé na minha porta dos sonhos. e tão logo a seleção natural da poesi vira o dorso à vertical, o lado triste da história aparece quando o pé ruma ao parquet. ai, e todo aquele mundo lindo se dissipa tal qual uma nuvem de pó explodida. PUF! e todo aquele tesouro vai embora para nunca mais aparecer. ai, e dói, dói dorzinha de machucado a perda dolorosa das palavras. claro! não há meios de voltar para pegá-las, e humpf! nem me lembro mais do agorinha ali atrás do tempo do agora mesmo...
ah, apenas esparsa, uma melodia gostosa, lá no fundo do peito, mas ingrata a mim, tirana, e intransponível aos meus sentidos já com os dois pés, aqui, na freqüência da vida como ela é.
por isso, hoje, decido que preciso ser caçadora das nuvens que trazem brilhantes presentes de gênio mágico no despertar. só que ao invés de ter um aro envolto a uma rede para caçar borboleta, terei um lápis e algum papel em mãos para me arriscar em zupt! serei a tirana menina banana zapt-zupt! porque é preciso lembrar que elas não voltarão se não apanhá-las de rabisco. ah, e essas nascidas de punho adormecido são as mais valiosas, pois são as vozes escritas dos poetas de alma.
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